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O que acontece no espaço de tempo entre o casamento e o divórcio?
Por que muitos casais que um dia foram apaixonados encerram suas histórias nutrindo sentimentos de mágoa, decepção, arrependimento e até mesmo ódio pelo parceiro?
Sabemos que precisamos regar a florzinha do amor se quisermos mantê-la viva. Temos a consciência de que relacionamentos são construídos, de que teremos de administrar situações difíceis ao lado do nosso companheiro, de que teremos de investir nosso tempo e energia nessa relação…
Se sabemos de tudo isso, POR QUE ERRAMOS? Por que não fazemos o que precisa ser feito? Por que deixamos o nosso relacionamento adoecer e, muitas vezes, sucumbir até a morte? Nossos sonhos de felicidade ao lado da pessoa amada vão se transformando em uma realidade exaustiva e sem graça, cada vez mais difícil de ser vivida…
Muitos de nós vamos acompanhando as pequenas transformações na nossa rotina conjugal sem dar importância a elas (como os sapos fervidos daquela famosa experiência), outros são pegos de surpresa diante de uma traição, de um pedido de separação ou de um diagnóstico importante cujas causas estão fortemente relacionadas aos conflitos vividos no casamento.
Será que as histórias amorosas felizes de que temos notícias são uma enganação? Será que as pessoas que permanecem em casamentos duradouros se conformam com os conflitos e desistem da felicidade? Estaríamos nós fadados ao insucesso amoroso? Definitivamente não creio nisso! Conheço casos em que o casamento contribui de forma significativa para a qualidade de vida dos cônjuges, constitui fonte de alegrias, é porto seguro, espaço de crescimento e conexão profunda e verdadeira.
É por esse objetivo que trabalho! Construir um relacionamento conjugal saudável é perfeitamente possível desde que tenhamos clareza dos investimentos a serem feitos e das possíveis armadilhas que encontraremos pelo caminho. Precisamos estar preparados, ter conhecimento e habilidades para trilhar essa jornada com destreza e aumentar nossas chances de sucesso.
Diante de tantas histórias de casais que chegam ao meu consultório em busca de ajuda profissional especializada como a última alternativa para evitar a separação, percebo a presença de padrões muito semelhantes em suas rotinas. Uma observação mais cuidadosa desse “fenômeno destrutivo” que atinge até mesmo os casais mais apaixonados, nos permite identificar alguns padrões comportamentais que podem servir de alerta e nos ajudar a evitar grandes conflitos em nossas relações amorosas.
Uma boa forma de nos manter no caminho da prosperidade e do sucesso amoroso é, sem dúvida, incluir em nossa rotina diária ações que favoreçam interações saudáveis e prazerosas com nosso parceiro. No entanto, saber o que devemos evitar em nossas relações também tem grande valor na construção de um relacionamento amoroso feliz. Vamos conhecer algumas dessas armadilhas?
1. A primeira delas, e talvez a mais importante, é que vivemos com olhos apenas no presente. Enquanto estamos bem, apaixonados, felizes, vivemos e curtimos essa relação e vamos DESCUIDANDO dela simplesmente porque ela não está sendo um problema em nossas vidas. Nos sentimos tão seguros que direcionamos nossa atenção e energia para outras questões, que precisam de um investimento ‘mais urgente’. É aí que a florzinha do amor começa a murchar.
2. Imersos em um mundo de altas exigências, nos desgastamos de forma exaustiva com muitas outras tarefas que elegemos como prioridade, mas o nosso casamento geralmente não faz parte dessa lista. Ao final do dia ou da semana estamos tão cansados que não temos condições de nos dedicar “por inteiro” a qualquer atividade com nosso parceiro.
3. Condicionados por nossa história (pessoal e cultural) ilusoriamente achamos que o compromisso do casamento, ou até mesmo a presença dos filhos, garante uma certa segurança na relação. Nos sentimos menos receosos em perder a pessoa amada e com isso, deixamos de cuidar, de investir para que nosso casamento continue se desenvolvendo de maneira saudável.
4. Passada a fase de lua-de-mel, muitas vezes nos decepcionamos com as dificuldades da vida conjugal real. No turbilhão de compromissos profissionais, domésticos e parentais nos desanimamos ao perceber que a vida a dois exige muito mais que amor. Nos faltam habilidades para construir um NÓS: trazemos nossa “bagagem” (hábitos da nossa família de origem, nossa visão de mundo, nossos valores, etc.) e queremos impor o nosso jeito ao outro. Falta empatia e sobra cobrança, falta compreensão e sobra certeza, falta parceria e sobra disputa…
5. Mergulhados na ideia de que o amor sustenta as relações, depositamos nele a responsabilidade do sucesso conjugal. Se esse sentimento acaba, não há outra saída senão a separação. Mas de onde vem o amor? O que fortalece esse sentimento? Não entendemos que o sentimento de amor e todos os outros que o acompanham (admiração, paz, felicidade, satisfação, etc.) são RESULTADOS de interações saudáveis e harmoniosas que só serão possíveis se formos habilidosos e intencionais ao nos relacionar com nosso parceiro. Sentimentos ruins como decepção, raiva e mágoa não são o problema em si, eles são o resultado de interações conflituosas.
6. Assim como nosso próprio desenvolvimento pessoal, o desenvolvimento do nosso relacionamento também atravessa fases diferentes. Muitas vezes criamos a expectativa de trazer de volta uma determinada fase da nossa história amorosa e nos frustramos diante dessa impossibilidade. Nos deixamos dominar pela decepção e desânimo, sonhando com um passado que não voltará e desperdiçando um presente cheio de possibilidades. Nunca voltaremos para o mesmo lugar! Nosso desafio é direcionar o nosso relacionamento a novos objetivos que, apesar de diferentes, podem ser tão interessantes e realizadores como os anteriores.
Conhecendo essas armadilhas, o caminho para a construção de um relacionamento próspero e feliz já ficou um pouquinho mais claro para você, não é mesmo? A medida que conseguir investir em habilidades relacionais e escapar dessas armadilhas o seu futuro amoroso terá cada vez mais oportunidades de se fortalecer e prosperar.
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Com carinho,
Renata Moreira